10 abril 2005

PARABÉNS MARQUES MENDES - Novo Presidente do PSD

Quando na sexta-feira saí do meu local de trabalho na função pública e anunciei que ia para o Congresso do PSD, a indefectível socialista Conceição, que sempre se mete comigo, movendo-me uma salutar « guerra » política, perguntou-me:
- Mas afinal quem é que o Dr. Barros vai apoioar ?
Ao que respondi : apoio as ideias que constam da minha Moção e apoio o Dr. Alberto João Jardim .
A reacção não se fez esperar e surgiram logo os comentários que os continentais, que não conhecem a Madeira e têm dor de cotovelo, habitualmente dirigem ao Dr. João Jardim .
Terminei dizendo :-eu não mudo, já conhece há muito tempo as minhas ideias .
Como apenas 2 militantes se assumiram como candidatos à Presidência do Partido, havia que optar pelo apoio a um deles, pois não sou dos que se acolhem atrás da capa abstencionista .
Ontem sábado 9 de Abril de 2005 declarei ao início da tarde, o meu apoio ao candidato Luís Filipe Menezes ( com z e não com s ), conforme resulta da notícia anterior deste blog .
Gostei do discurso do Dr. Filipe Menezes no 1º dia de trabalhos do XXVII Congresso do PSD, sobretudo quando referiu que queria dar voz às bases do Partido e que quem manda no PSD somos nós os militantes e não a comunicação social .
Face à pressão da comunicação social sofrida pelo PSD durante o período que antecedeu as eleições de 20 de Fevereiro de 2005 , pensei : ora aí está o que era preciso ser dito .
E tal como eu , muitos dos que estavam no Congresso se empolgaram com o discurso de Filipe Menezes .
Porém, quando procurei ao longo da tarde de ontem exprimir directamente ao Dr. Filipe Menezes o meu, descomprometido, apoio à sua candidatura, deparei com astuciosas barreiras levantadas, por acção ou omissão, por parte de alguns dos seus apoiantes o que contrariava a propalada intenção dessa candidatura de dar voz às bases do Partido .
Começou aí a instalar-se a minha desilusão, que se reforçou quando vi, ao início da noite de ontem, Filipe Menezes entrar no recinto do Congresso, rodeado de seguranças e com um aparato excessivo, acenando triunfalmente para a multidão .
A humildade que parecia ressaltar do seu discurso da véspera tinha-se desvanecido .
Percebi que o calor dos aplausos que lhe eram dirigidos vinha sobretudo da claque, com sotaque nortenho, que se concentrou num dos topos do Pavilhão .
Quando elementos dessa claque interromperam o companheiro Silva Peneda, não o deixando continuar a exprimir o seu apoio a Marques Mendes, fiquei profundamente decepcionado e pensei : mas afinal ao lado de quem estou eu ?
Sou « radicalmente » pluralista e por isso não tolero limitações à liberdade de expressão .
Tenho inclusive levado a cabo uma forte luta contra a censura que vem sendo exercida na comunicação social aos meus textos e intervenções de cunho político e por isso não podia pactuar com atropelos à liberdade de cada um poder exprimir o seu pensamento em pleno Congresso do meu Partido .
Como sou Homem de uma só palavra mantive o meu apoio a Filipe Menezes .
Ao longo do dia de ontem assistiu-se a um desfilar de Congressistas que justificavam o seu apoio a Marques Mendes por razões de gratidão : porque Marques Mendes tinha sido o único a responder ao apelo de estar presente num colóquio ou numa reunião de lançamento de candidatura .
Era um argumento muito forte este da GRATIDÃO, ao qual sou particularmente sensível .
Nas últimas das intervenções de cada candidato, Marques Mendes foi brilhante, ao contrário do que tinha sucedido no seu primeiro discurso, que primou pela crítica negativa ao Dr. Santana Lopes e ao próprio Governo que Marques Mendes tinha integrado, presidido pelo Dr. Durão Barroso, tendo sido fraco e um pouco narcisista o discurso de Filipe Meneses ao contrário do que tinha sucedido no 1º discurso em que fora brilhante e fulgurante .
Findo o Congresso cumpre-me felicitar o companheiro Marques Mendes pela sua significativa vitória .
Uma palavra de apreço ao Dr. Filipe Menezes pela forma determinada com que combateu e pelo fair play demonstrado na hora da derrota .
Agora é tempo de estarmos unidos em torno do novo lider, o nosso companheiro Marques Mendes, sem esquecer as críticas injustas que dirigiu ao Dr. Santana Lopes, mas também sem ressentimentos .
Termino com a frase que dirigi ao Dr. Alberto João Jardim nos bastidores do Congresso :
« que pena eu tenho de não poder votar no meu caríssimo Amigo para Presidente do Partido » .
Recuso-me a divulgar a resposta que recebi, dada à boa maneira de Alberto João Jardim...

Leiria 10 de Abril de 2005 Castanheira Barros

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