21 janeiro 2006
DO OLIMPO A S. MARTINHO
Ficaste escondido
no local onde repousa a tua imagem
com a abrupta montanha,
vestida de verde,
como pano de fundo .
Alguns não sabem ainda
que rumaste ao infinito
e te deram a morada
com o nr. 1005 .
Na lápide ostentas
o sorriso que sempre dirigiste
aos teus mil e um Amigos
mesmo quando já
se te roíam as entranhas .
Até na morte
foste sublime .
Que longos foram
aqueles trajectos curtos
que percorremos
do Bar do Teatro
ao Carbonara,
ao S. Pedro,
ao Minas Gerais,
onde o alimento físico
se misturava com o espiritual,
numa simbiose quase perfeita
porque tu estavas ali .
São caminhos que iremos
continuar a percorrer juntos,
contigo à frente,
distribuindo abraços
e incentivos .
Quem contigo navegou
sabe como enfrentar a tempestade
e saborear a bonança .
Os sons do acordeão
continuarão a ecoar
na avenida do mar
onde há gravatas
por debaixo das mesas
da esplanada .
«- Passa lá isso ao Jorge,
senão não nos governamos »,
disseste ao acordeonista
que esqueceu as moedas
para beber,
com deleite,
as tuas ideias
condimentadas com notas soltas
de música brejeira .
Que estranhos são
os sons da cidade
a que faltam
os calorosos risos
que arrancavas
das pedras da calçada .
Obrigado José António,
por teres aceitado o convite
para estares connosco
aqui esta noite .
Jorge Castanheira Barros
Funchal 12.01.2006 Homenagem ao Amigo e Poeta
JAG - José António Gonçalves
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